Sil Curiati é paulistana, amante do Rio, ex-moradora de Miami, gosta mesmo é de viajar.
Curte comes e bebes, é nos jantares que dá em casa que ouve os maiores
absurdos publicados neste blog, e se inspira também.
Vive com música nos ouvidos e nos pés.
Um dia será dançarina e fará propaganda nas horas vagas.
Vive sonhando acordada, como boa pisciana.
32 Carnavais, mais de 150 cidades no currículo.


Dando a cara pra bater:
MIRAME, as fotos do Salón
Shows e Baladas, fotos de celular
As Bandas Bonitas de Ver, fotos
Silk Shots, Flickr
Twitter, follow me









"There is no love sincerer than the love of food."
George Bernard Shaw



Clique e veja quem já tocou aqui


Leve a quentinha pra casa

copie o link na sua página



Comida vencida:

2003
2004
2005
2006
2007
2008
Dez 09


Alka-Seltzer para paladares psíquicos:

3 minutos
Anna Maron
Carne Crua
Constance Zahn
Dia de Beauté
Dito Assim Parece à Toa
Estrela de Maio
It Girls
MegaZona
Morfina
My Blue Box
Next Now
Pensar Enlouquece
Vestida de Noiva

This page is Powered By Blogger. Isn't yours?




terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Acabo de ler esse texto do Fernand Alphen, com quem já tive o prazer de trabalhar e aprender muito, quando ainda era estagiária, começando a entender esse mercado. Foi inevitável pensar um pouco sobre o tema, já que me identifico imediatamente com planejador, o teórico, por fazer isso pra ganhar o pão nosso de cada dia.

Cheguei à conclusão que discordo da opinião de Fernand. Por algumas razões muito simples e outras muito complexas e polêmicas, que não vão caber aqui.

Falando da mais simples, cada profissional tem motivações e naturezas diferentes. Enquanto uns gostam de costurar desde o início, dando o nozinho na linha enfiada na agulha, até o arremate final e a peça passada, dobrada e devidamente embalada, outros preferem focar no ponto, se será aparente ou invisível. E não se preocupa se no final ele será pendurado em um cabide ou dobrado para caber em uma caixa. Só importa a ele que a costura não se desfaça, pois é o que estruturou a peça. Confiando nisso, ele não vê necessidade de ir atrás da distribuição para conferir o produto final.

Um consultor de planejamento atua dessa maneira. Costura e entrega. E realmente, fazendo uma metáfora com o que bem disse Fernand, não vai ver aquela peça sendo usada, porque talvez ele nem a reconheça depois das alterações pelas quais ela passou, e sobre as quais, obviamente, o "costureiro" não foi avisado.

Eu trabalho em agência. Cuido da coisa do começo ao fim. Mas aprendi a arte do desapego, coisa que afirmo que todos deveriam aprender. São inúmeras as vezes em que cada parte fez um belíssimo trabalho e o produto final foi uma verdadeira obra de arte. Mas por razões cabíveis ou inexplicáveis, tudo desmorona, começa do zero, e a ideia do planejador é aproveitada como uma mera defesa de uma parte do projeto, a da criação vira um Frankenstein e a da mídia é completamente desvirtuada para caber em uma nova realidade. Ah, os objetivos continuam os mesmos, claro.

E vivendo esse problema em agências, depois de já ter feito alguns vários trabalhos de consultoria independente, às vezes acho esse segundo mais interessante e estimulante. Eu inicio e fecho um ciclo, para ser executado por outras pessoas que mal conheço. Normalmente também profissionais independentes, ou de agências menores. E, por incrível que pareça, na maioria dos casos esses trabalhos menores saem exatamente conforme programado.

Tudo isso me faz ter uma outra opinião que talvez seja a que tiro do texto do Fernand. No fundo, não sei se esse modelo tradicional de agências vai funcionar ainda por muito tempo. Vejo grandes ideias brotando do lado de fora, por gente de diferentes formações, que viram, então, "grandes planejadores". E as execuções sendo feitas por outras pessoas, não necessariamente produtores ou mídias, mas que poderiam muito bem ter esses rótulos, se trabalhassem com a gente.

Acho atraente a proposta de ser "consultor". Não curto muito o título, mas a liberdade que ele dá um planejador de mergulhar fundo no problema, com visões menos viciadas no dia-a-dia do cliente, trazer insights e grandes ideias e ideais para a criação, ou para o desenvolvimento de produto, ou para uma mudança de negócio, depois sair e começar tudo de novo em um outro lugar. Isso me parece dinâmico, real e mais realizador que ficar preso a moldes impostos pela união de duas estruturas - da agência e do cliente - que se tornam os maiores limitadores aos grandes pensamentos. É bom saber aproveitar o que cada um tem de melhor. Alguns serão pensadores e criativos, outros executores. Quem gosta de pensar e pesquisar, vai querer fazer isso sempre, mil vezes se for necessário. Vai querer resolver o problema do cliente com sua ideia. E vai conseguir. E se o que gosta de executar tiver a mesma paixão e compromisso, a entrega será perfeita. Independente de fazerem parte da mesma estrutura.

Li ontem que a estilista Fabia Bercsek desistiu da sua loja, recém aberta em nova casa. Disse que é uma artista, e é isso que gosta de fazer. Não se preocupa se a roupa será usada ou não, ela quer é criar. É a isso que me refiro.
Sabe a história da índia que fazia jarros de barro? Sempre que estava terminando, seu filhinho colocava o dedo e o jarro desmoronava. Aconteceu repetidas vezes, até que um branco perguntou "por que você simplesmente não tira o menino do seu lado, e guarda o vaso rapidamente?". E ela respondeu "eu gosto de fazer, e ele, de desmoronar. Por que eu deveria fazer o que o senhor sugere?".

Mas é só minha opinião hoje. Talvez quem passe por isso no dia-a-dia pense diferente. Porque no fim, nada é perfeito mesmo, certo?


Servido por Silvia C Planet às 11:38 . |